Um menino que estava sentado em uma das nuvens, que não era um anjo,
foi falar com a Maria dos Sonhos e com o Toninho.
Disse que estava muito contente em vê-los naquela casa, embora eles
estivessem errados por terem entrado numa casa sem o convite dos donos.

As crianças pediram desculpas por essa atitude incorreta. Mas, garantiram
que não puseram a mão em nada e que não comeram nem uma bala sequer,
mesmo estando com fome.
O menino riu.

Agora, com mais seriedade, o menino falou que o caminho estava chegando
ao fim.
Pediu, também, que eles não contassem a ninguém que teriam estado dentro
da Casa de Papel.

Continuando, disse que os segredos devem ser guardados sempre. Que
aquela casa seria um segredo útil para eles num futuro, talvez, menos longe
do que eles poderiam imaginar.
Quando se tornassem adultos, teriam, certamente, um caminho mais bonito
para seguir.

Maria dos Sonhos e Toninho estavam sem entender muito bem o que dizia o
menino das nuvens. Porém, mesmo assim, procuraram prestar a atenção nas
palavras sábias do menino tão amoroso.

O menino agradeceu às crianças e voltou para a nuvem.

Toninho estava com medo; Maria dos Sonhos estava serena.
Estava na hora de prosseguir a viagem àquela casa.

Só faltava uma porta para ser aberta. Não havia necessidade
de escolher a cor. A porta era dourada como ouro.
Maria dos Sonhos abriu a oitava porta...