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Escrever do vazio é o que me resta.

A dor vai se diluindo nas letras.

Formo palavras e elas desembocam em frases.

Eu hoje choro a partida de meus filhos para a vida, mas não queria morrer nesse vazio.

Tenho ainda meu corpo quente de amor e carinhos para todos eles, mas preciso saber transformar tudo isso em um sorriso de adeus.

Funções da mãe e da mulher, que coisa complicada juntá-las. O que dizer da menina?

A mãe quer os filhos, a mulher quer o amor, a menina quer brincar.

É preciso escrever os filhos, o amor, o brinquedo, construir um outro lugar onde eu me insira e componha a vida sem a morte.

Sem cair no vazio dessas partidas.

Letras, palavras, frases e a minha escrita.

Não sem dor.

Construção feita de lágrimas, mas que seja forte o bastante para dar conta de um outro corpo, de um outro feminino.

O que me parecia pleno já não o é.

Trabalhar o luto sem dele gozar.

Esvaziador.

Esvazia/dor.

Es/vazia/dor.

Escrevendo as letras, palavras e as frases nessa folha em branco.

Inscrevendo-me no que não me parece perdido.

Estou viva.

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