"Figures of Stone", or the ever-lasting archetypes of Cristina Brito. Women of stone, intuited millinery milestones along her via / life. The familiar personages or simply figures passing by the West Region where she lived part of her youth, and through a larger world she covers without stoppage, as well as the affective and emotional situations coming up from those courses, are recognizable through the author's narrative taken upon the first person as an intimate and bright mimicry (While I am getting older, negligent, without knowing why everything happens upon remains of our family, everything flows without any explanation...And I, skeptical, don't mind!)

However, sufficiently far away, spectator, as she was seeing (seeing again) a movie; the result from such watching is an impressionist prose whose subjects and objectives are predicted and not concretely defined (No voices, neither touches, nor smells, nothing penetrated her cloak, nothing attained herself through her invisible and unbreakable protection.)

Sometimes, surprisingly, the Cristina' speech sounds empty as the words were losing their meaning, in a strong poetic attitude of synthesis (From days of our lives, full of little all(s) and great nothing(s), remains not much to tell. - and a bit forward - Only tears, kisses and smiles remain. Always by this order in a permanent repetition.)

The sensuality of the author is eminently present in the telluric environments she describes and in her body' satiated eroticism (As his tongue in her lips, her neck, her breast was still caressing her desire. As his sex was still inside her. Yet, she dreams of him and in the constant sleeping / awaking from insomnia he fulfills her perennial emptiness.)

After having ever written since she was a teenager into the drawer and published a lot of research and scientific literature on subjects from her professional branch, biology, upon which she got all academic graduations, Cristina Brito publishes right now her first auspicious fiction book. We will be waiting for another.

What's next, Cristina?

(After all used fantasy up it will only remain the truth!)

"Vultos de Pedra", ou a perenidade dos arquétipos de Cristina Brito. Mulheres de pedra, marcos milenares intuídos ao longo de sua via / vida. Os personagens familiares ou simplesmente figuras de passagem na Região Oeste, onde viveu parte da sua juventude, e num mundo mais alargado que percorre sem cessar, bem como as situações afectivas e emocionais resultantes desses percursos, reconhecem-se e sobrepõem-se na narrativa da autora, sempre assumida na primeira pessoa, em mimetismo íntimo e luminoso (Enquanto envelheço, negligente, tudo acontece no que resta da nossa família sem eu saber porquê, tudo sucede sem qualquer explicação...E eu, descrente, deixo!)

E, contudo, suficientemente distanciada, espectadora, como se estivesse a ver (rever) um filme; o resultado dessa observação é uma prosa impressionista cujos sujeitos e objectivos são pressentidos e não chegam a ser concretamente definidos (Nem vozes, nem toques, nem cheiros, nada penetrava a capa que a cobria, nada a atingia através da sua protecção invisível e inquebrável.)

Por vezes, surpreendentemente, o discurso da Cristina deixa-se esvaziar como se as palavras perdessem o significado, numa atitude de síntese marcadamente poética (Dos dias da nossa vida, cheia de pequenos tudos e de grandes nadas, resta pouco para contar. -e mais adiante- Só restam as lágrimas, os beijos e os sorrisos. Sempre por esta ordem, sempre em contínua repetição.)

A sensualidade da autora está eminentemente presente no telúrico dos ambientes que descreve e no erotismo saciado de seu corpo (Como se a língua dele nos seus lábios, no pescoço, no peito, ainda acariciasse o desejo dela. Como se o sexo dele ainda estivesse dentro dela. Sonha com ele, ainda, e, no permanente adormecer e acordar das insónias, ele preenche o vazio perene que a acompanha.)

Após ter escrito toda a vida para a gaveta e publicado vasta literatura técnico-científica e de investigação dentro da sua especialidade profissional, biologia, de que possui todos os graus académicos, Cristina Brito publica agora o seu primeiro promissor livro de ficção. Ficaremos expectantes do próximo.

Que se seguirá, Cristina?

(E no fim, gasta toda a fantasia, restará apenas a verdade!)

by Armando Taborda Lisboa, 2011 Março 2

 "Vultos de Pedra", Edição da Escola de Mar, 2011

(1st edition, 2011; 2nd edition, 2017)