There are dogs everywhere hideous stinking four feet ordinary mongrels.
Starved they look for grasshoppers and other flying jumpers' proteins.
Shaky movement is on their decalcified bones and endemic mycosis colonially spreading from the feet nodules to other tips.
For them to be on the asphalt of Bissau streets is to find the night in shadows of trees planted in craters and by night they remain there in tribes that have in common bellies crawling on freshness.
The traffic sometimes takes them away other-times runs over them sometimes there is a friendly kick to solve the confrontation.
It's true they are colonized dogs and their indolence was right before the newborn Republic.
Now the rhythmic joy of their upright tails and ears during public rallies and street demonstrations is not enough once the productivity and developing levels don't move with howls and barks.
There are many dogs on Bissau streets
at night the black ones die more. (a)
(a) This text was written in Guinea-Bissau some days after the 25th April, 1974
Cães há-os por todos os lados rafeiros vulgares mal parecidos mal cheirosos mas cães mesmo de quatro patas.
Famélicos buscam as proteínas nos coleópteros e outros voadores saltadores.
O trôpego do movimento está-lhes na descalcificação dos ossos e nas micoses endémicas alastrando dos nódulos das patas às outras extremidades.
Para eles estar no alcatrão das ruas de Bissau é encontrar a noite na sombra das árvores plantadas em crateras e de noite aí permanecem em tribos que de comum têm os ventres rastejando na frescura.
O trânsito motorizado por vezes afasta-os outras vezes passa-lhes por cima por vezes há um pontapé amigo a resolver o confronto.
Verdade que são cães colonizados e a sua indolência estava certa antes da jovem República.
Agora não chega a alegria rítmica dos rabos e orelhas empinados durante os comícios e manifestações de rua que os níveis de produtividade e crescimento não se compadecem com uivos e latidos.
Há muitos cães nas ruas de Bissau
de noite os pretos morrem mais. (a)
(a) Este texto foi escrito na Guiné-Bisau alguns dias depois do 25 de Abril de 1974
In "Manual do Desperdício", Ceres Editora, 1994
Empregamos "asfalto" que deve parecer surpreendente a vós....:-)
Armando Taborda club has replied to P.R.BaptistaSign-in to write a comment.